quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O que Zerar nas férias? Vanquish – um jogo de ação que vale muito a pena!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Publicado: 05/12/2012 por Márcio Alexsandro Pacheco em Análises, PS3, Xbox360
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vanquish
Existem games que são fadados ao esquecimento. Seja for falta de confiança do gamer na produtora, seja por falha da estratégia de marketing da produtora acerca de seu produto, ou até mesmo por forças sobrenaturais, dignas de Mun-Rá. São games que muito gamer não sabe sequer que existe, e não por consequência são ruins. Ao contrário muitos games que entram nessa “faixa” são verdadeiramente muito bons.
Exemplos claros desses games, que carinhosamente chamo de “Os Melhores Games que Ninguém Jogou”, posso incluir Klonoa e Valquire Profile Silmeria para Playstation 2 por exemplo. Voltando mais no tempo, temos o carismático The Firemen, game lançado para SNES (que terá análise aqui algum dia desses), Burning Rangers, para Sega Saturn, e por ai vai. Ótimos games, mas que não fizeram o sucesso merecido.
Eis que finalmente, na atual geração de consoles, conheci o game que passa a ser o meu particular favorito “Melhor Game que Ninguém Jogou”. Um game que tem como produtora a Sega, produtora essa em quem ninguém mais confia. Um game que teve um péssimo planejamento de Marketing da Sega. Um game que, de repente, teve sim forças sobrenaturais atuando contra o sucesso do mesmo, mas que, mesmo assim, é um dos melhores games dessa geração sem sombra de dúvidas. Apresento-lhes Vanquish.

Esse sim é o “Action Man”!
Sempre gostei muito de animes de ação, independentemente se a ação era focada em batalhas corpo a corpo, se com pseudo-humanos se utilizando de super poderes, se com batalhas cheias de armamentos ou se com Mechas super-poderosos. Por consequência, sempre me decepcionei com os games baseados nesses animes, pois nunca conseguiam transmitir a sensação visceral que a animação passava.
A alguns anos atrás consegui ter uma boa dose de adrenalina e estilo com um game que não se baseia em nenhum anime, mas que é melhor do que qualquer animação sobre Mechas que já vi, Zone of the Enders 2. Desde então, não mais nenhum game de ação havia conseguido me surpreender de maneira tão impactante quando o game de Hideo Kojima, isso até a chegada de Vanquish.
O game distribuído pela Sega e produzido pela Platinum Games é pura adrenalina. Com uma ação estilizada ao extremo, que empolga até mesmo quem não é fã do gênero, se não a arriscar uma partida, pelo menos a olhar alguém jogando.
No game, que se passa no futuro, personificamos Sam Guideon, usuário de um traje experimental de batalha criado pela DARPA, que é uma agência voltada para o desenvolvimento de armamentos militares de ponta. Esse traje, que é o grande trunfo do game, é equipada com o que há de mais moderno em segurança pessoal militar, permitindo que um só homem elimine hordas de inimigos, uma vez que masterize todos os recursos do mesmo. O início do game, em que um bom tutorial é apresentado, de forma bem integrada ao game, deixa claro o quão poderoso e versátil é o traje.

Após um ataque de uma gigantesca colônia espacial, que dizimou a cidade de São Francisco, a presidente dos Estados Unidos recebe uma ameaça Russa de que a próxima cidade a ser destruída será Nova Iorque, a não ser que, em dentro de 10 horas, os Estados Unidos da América se rendam por completo.
É claro que a presidente não se renderá a terroristas, e envia um ataque em massa à colônia espacial em questão. Dentre as equipes de ataque está Sam e seu traje “overwelming”, que será pela primeira vez colocado a prova em real situação de batalha.
Sim, a velha rixa “EUA bonzinhos contra um maluco russo terrorista” está de volta mais uma vez, mas ao contrário de games de guerra que tentam se levar mais a sério do que o deveriam, em Vanquish dá a impressão de que a história foi, propositadamente, inserida tão somente como desculpa para a ação, no bom e velho estilo “Sega Arcade”, apesar das tentativas de reviravoltas e de segredos entre os personagens. Por exemplo, Sam vai à estação com a desculpa de auxiliar a batalha contra o inimigo dos EUA, mas na verdade, secretamente, sua missão é resgatar o cientista que foi o criador do traje e da energia que sustenta a colônia espacial, mas isso é explicitamente exposto ao jogador nos primeiros cinco minutos de história do game.
Uma vez dentro da colônia o que importa é atirar em tudo o que se mover e que não seja humano, pois no game, os inimigos são robôs, e acreditem, os “bixos” são bravos.

Com o controle de Sam nas mãos do jogador, uma vez dentro da colônia espacial, fica claro o porquê de o game ser considerado uma virtuose da ação. Os comandos são de fácil execução e todos extremamente muito intuitivos. Podemos escolher com qual arma queremos atirar dentre as três que podemos carregar simultaneamente ou se lançaremos uma granada dentre os dois tipos disponíveis: a tradicional granada que explode tudo em volta, ou se uma granada de pulso eletromagnético, que paralisa temporariamente os inimigos. Apesar do tom futurista, as armas que Sam possui em seu arsenal são todas bem conhecidas. Metralhadoras, shotguns e snipers, por exemplo, dão o tom da destruição. Essa escolha em não deixar tudo cheio de lasers dá ao game uma sensação única, que mistura o visual futurista dos trajes, naves e afins contrastando com a boa e velha munição “de chumbo” e explosões viscerais. Assim o jogador tem sim aquela sensação de estar em um futuro, mas ao mesmo tempo fica confortável se utilizando de equipamentos de conhecimento já prévio. Difícil sintetizar essa relação em palavras inclusive.
Apesar de as armas de fogo serem “o ente assassino” do game, a grande vedete é por certo o traje de Sam, traje esse um ato de genialidade vinda de uma das mentes nipônicas mais brilhantes do mercado, Shinji Mikami.
Graças ao traje, Sam pode se deslocar velozmente, se deslizando, seja deitado, seja de joelhos no chão, afim de alcançar um local sem ser atingido, flanquear os inimigos sem ser praticamente ser notado, ou mesmo, fugir de situações extremamente inusitadas, em especial nas batalhas contra os chefes. É preciso tomar cuidado para não super aquecer o traje, mas isso é algo que, após as cinco primeiras utilizações desse recurso, utilizar-se adequadamente desse recurso torna-se algo “orgânico”.
A outra sacada do traje é o já clichê bullet-time, que dispensa comentários. Em Vanquish, só se pode utilizar da câmera lenta após uma imediatamente após uma esquiva, assim sendo, Sam se esquiva, assume a posição de tiro e o efeito tem inicio. Assim como na habilidade do rápido deslocamento, é necessário tomar cuidado para não super aquecer o traje.
Podem parecer habilidades que, explicadas textualmente, isoladas, não sejam grande coisa, mas acredite, quando você estiver protegido atrás de alguma construção para não levar tiros e tiver de se utilizar do rápido deslocamento para sair urgentemente de onde está pois um chefe do tamanho de um prédio está prestes a lhe esmagar, flanqueá-lo, e imediatamente acionar o modo “bullet-time” para atirar no ponto fraco do mesmo o máximo de tempo possível, para em seguida, partir em velocidade para se proteger de projéteis novamente, tudo isso em questão de segundos, entenderá o porquê esse traje foi uma das melhores idéias dos games até hoje.

Por falar em se proteger atrás de alguma construção, o sistema de cover em Vanquish é muito similar a Gears of War, mas mais fluente e veloz do que o “truncado” game citado.
Vale dizer também, que além de atirar e de realizar as peripécias que o traje nos permite, temos movimentos clássicos que praticamente todo game de ação possui, como a esquiva por rolamento e ataques físicos, todos, muito bem integrados à intenção de ação non-stop de Vanquish.
Os inimigos, como em todo game de ação seguem um padrão visual até o fim, mas não chegam a dar aquela sensação de estar sempre atirando na mesma coisa. Destaque aqui para os chefes, que aparecem sempre para quebrar o ritmo sempre progressivo do game, e para injetar ainda mais adrenalina e loucura áudio-visual no jogador. As batalhas contra os chefes em Vanquish são totalmente furiosas e Old-School. Normalmente, temos de atirar em algum ponto fraco externo do chefe, para revelar o ponto fraco real dele, o ponto que vai realmente “tirar vida” do chefe quando acertado. Esse ponto fraco principal fica exposto por algum tempo e depois é recolhido novamente, assim, o jogador deverá sempre fazê-lo ser exposto novamente, enquanto tenta sobreviver às ignorâncias explosivas e destrutivas dos chefes, que podem chegar a ter o tamanho de prédios.
O pacote áudio-visual de Vanquish é extremamente competente. A trilha sonora, eletrônica como não poderia deixar de ser, casa completamente, não só com o que ocorre durante a partida, mas também com todo o ambiente e contexto geral do game. Apesar de competente, a trilha sonora quase não é notada, dada a loucura que a jogatina de Vanquish é. Tentando sobreviver a hordas de inimigos a cada centímetro avançado, fica difícil parar para prestar atenção na trilha sonora. O simples fato de a trilha não irritar ao longo da campanha já garante a boa qualidade das composições. Não tem nada haver com Vanquish, mas tenho uma saudade da época em que games de ação tinham trilhas marcantes, Streets of Rage 2 e Yuzo Koshiro que não me deixem mentir…
Os efeitos sonoros não tem nada demais, apenas cumprem bem o seu papel, o que não é nem mérito e nem demérito nenhum. Estão lá, todos bem alocados às necessidades do game e ponto.
O visual de Vanquish, artisticamente falando, é fabuloso. O game possui belos cenários e um character design inspiradíssimo. Destaques aqui para o traje de Sam, que é imponente e lindo de morrer, e para os chefes, verdadeiras monstruosidades robóticas gigantescas fabulosas. Na verdade, Vanquish deve ser um dos games, em toda a história da indústria, com as melhores batalhas contra chefes, ao lado de pesos pesados como a franquia Metal Gear, Zone of the Enders, entre outros…

Tecnicamente falando, Vanquish tem pequenos problemas, como resoluções em uma qualidade abaixo de games de sua época e o fato de rodar a “somente” 720P. Com relação às texturas, isso quase não se nota, pois dada a velocidade com que tudo ocorre na tela, não a tempo de o jogador ficar se irritando com resoluções abaixo do esperado ali e acolá. Com relação aos 720p, isso é coisa minha mesmo, na boa, não tenho um console que rode games a 1080p para me contentar com 720p. Isso não atrapalha a beleza do game como um todo, mas chamo isso de “desleixo multiplataforma”.
Em contrapartida, efeitos como blur, por exemplo, são muito bem utilizados em Vanquish. Cenários e personagens são muito bem construídos e o game roda lisinho em 60fps apesar de toda a loucura que se passa na tela. Somente isso que garante ao game um bom nível visual tecnicamente falando.
O ponto mais negativo de Vanquish com certeza é a construção de personagens e o trabalho de dublagem. Construção de personagens aqui é igual a zero, sério mesmo. Aconselho que você se esqueça da história e de qualquer outro fator que não seja a jogabilidade e a ação non-stop do game, pois profundidade de enredo aqui não existe.
Com relação à dublagem, o trabalho feito aqui foi um dos mais equivocados que já vi nesses anos de gamer. Não somente a dramaticidade das vozes é ruim, mas as vozes não casam com os personagens. Um ótimo exemplo disso é o próprio Sam, que tem cara de “bom menino”, mas tem a voz e personalidades de um canastrão. Tive, quando ouvi pela primeira vez Sam falando, a mesma impressão que tive quando pela primeira vez assisti Dragon Ball Z dublado e ouvi o Freeza, com aquele visual de menininha com o vozeirão que colocaram nele por aqui. É impactante, mas não no bom sentido…
É possível dizer também que a duração do game é um fator negativo. A campanha de Vanquish deve durar em torno de 6 a 7 horas de jogatina. Dado o tempo médio de duração de games de ação está na média, mas se o compararmos com games como Ninja Gaiden Sigma 2, que tem uma campanha bem maior que essa, é compreensível que reclamações nesse sentido sejam levantadas.
E por fim…
Se sua onda são games que primam por questões como enredo e relações interpessoais entre os personagens, esqueçam Vanquish, a onda aqui é para quem gosta de ação ininterrupta pura e simplesmente. Com muito estilo, muita fúria visual e muita competência, Vanquish entrega ao jogador tudo aquilo a que ele se propõe. Se quiser um game em que quer se sentir o fodão durante sua campanha, Vanquish é o game. Desligue seu cérebro e destrua tudo a sua frente, pois isso, poucas vezes, foi tão prazeroso quanto o é com Vanquish.
Sim, é muito bom, e sim, é da Sega! Estranho não? (momento piada interna…)
Conclusão: Vanquish é um game muito bem polido, saído de uma das mentes mais brilhantes do entretenimento eletrônico desde sempre, que entrega ao jogador tão exatamente o que ele se propõe e o faz com extrema competência. Se ação é o seu sobrenome, flerte com Vanquish, pois vale muito a pena!
Nome: Vanquish
Sistema: PS3, X360
Desenvolvedora: Platinum Games
Ano de Lançamento: 2010

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